O ano era: 1994. Meu pai
enfrentava mais uma vez o desemprego e já não mais um menino, eu compreendia um
pouco melhor os reflexos desta condição. O dinheiro nunca foi fácil mas estava
um pouco mais difícil e claro, eu estava triste e preocupado. Era difícil manter as regalias de um jovem
playboy, como gostavam de falar meus amigos, que na verdade enfrentava seus
primeiros desafios na vida cristã. Isso era o que importava para Deus.
Minha conversão aconteceu no fim
de 1993 e eu mergulhei no trabalho da igreja como nunca. Logo em fevereiro/94 estava
num acampamento preparatório para equipantes (gente que cuida de gente...rs)
lavando louça, limpando banheiro, aprendendo a contar histórias para crianças,
tocar umas músicas e ir a regiões pobres para passar um tempo dividindo a
Palavra de Deus com os pequenos. Era uma experiência gratificante e confesso
que voltei algumas vezes ao alojamento, chorando pelo presente que Deus me dava.
Conhecê-lo e falar sobre seu amor era um presente que não cabia em mim. Fase
maravilhosa de dedicação e aprendizado.
Essa era minha situação enquanto meu
pai estava a procura de emprego, envio de currículos pra tudo que é empresa,
frequentando cursos para se manter atualizado e o tempo passava; nada de
respostas. Era difícil demais...
Num sábado desses dias de
desemprego do meu pai, assisti uma mensagem pela televisão que me marcou
demais. Muito claro que Deus estava muito interessado em me passar algumas informações
a respeito de si que eram essenciais para o resto da minha vida. Deus gosta de
fazer isso. A passagem de estudo foi: Is 40:12-30
É uma dos textos bíblicos mais
conhecidos e sempre que leio me causa admiração maior a respeito de Deus.
Isaías registra que as coisas mais grandiosas e espantosas aos olhos humanos
são como que peças minúsculas ou insignificantes para Deus. Veja:
. na concha da mão
mediu as águas;
. os céus foram medidos a palmos de suas mãos;
. os montes e toda a terra foram medidos numa balança de precisão;
. as nações são um pingo
que cai de um balde ou um grão de pó
na balança;
. as ilhas são como pó
fino que se levanta;
. ele volta às nações e as considera como nada, como um vácuo;
. Deus toma a
terra como assento;
. os homens são gafanhotos;
. os céus são como
cortinas que Deus estende;
. as estrelas são conhecidas
por seus nomes e nenhuma se omite
ao chamado de Deus;
Todo esse relato permeado por questionamentos sérios
demais:
13 Quem guiou o
Espírito do SENHOR? Ou, como seu conselheiro, o ensinou? 14
Com quem tomou ele conselho, para que
lhe desse compreensão? Quem o instruiu na vereda do juízo, e lhe ensinou
sabedoria, e lhe mostrou o caminho de entendimento?
18 Com quem
comparareis a Deus? Ou que coisa semelhante confrontareis com ele?
25 A quem,
pois, me comparareis para que eu lhe seja igual? —diz o Santo. 26 Levantai ao alto os olhos e vede. Quem criou estas
coisas?
Explendido, grandioso, magnifico,
soberano, poderoso, incomparável e único Deus.
É de ficar de queixo caído né? Eu
estava.
O relato parece um grande concerto musical que vai tomando proporções de informações,
instrumentos, detalhes, vai encorpando, vai se mostrando espetacular e aí muda
a dinâmica, fica específico e focado a um ponto.
O texto bíblico não termina aqui.
Ele serve para expor ao povo de Deus o paradoxo de que a despeito de ser assim
tão grande e ao mesmo tempo por seu tão grande, a causa e os problemas do seu
povo não estavam passando despercebidos:
27Por
que, pois, dizes, ó Jacó, e falas, ó Israel: O meu caminho está encoberto ao
SENHOR, e o meu direito passa despercebido ao meu Deus?
28 Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não se pode esquadrinhar o seu entendimento. 29 Faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. 30 Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, 31 mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam.
Viram onde Deus queria chegar naquela
manhã de sábado triste da minha vida?
Chorei demais...
A minha insignificante vida não
estava esquecida ou como que sem o seu cuidado. Ele era e é o único que podia
saber cada detalhe da angustia do meu coração, dos meus pais e isso me valeu
por todos os dias. O Deus que havia deixado sua glória para morrer numa cruz era a maior
prova do seu amor por mim e eu maravilhado via que havia ainda mais
cuidado, muito mais do que eu imaginei ou esperei em minha vida. Era o que eu precisava saber a respeito do seu poder, do seu
caráter, do nível de cuidado minucioso que Deus dispensa aos seus em todo
tempo.
Hoje também. Era o que eu
precisava me lembrar...
Fiz essa música por causa desse dia:
Fiz essa música por causa desse dia:
“Assim como as
estrelas não te são estranhas, meu caminhos também não, meu Senhor!
Eu sei Senhor, eu
sei!”
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