28 de mar. de 2012

A relação das dívidas e a gratidão

Esse texto é uma reflexão sobre um trecho bíblico: Lucas 7:36-50


"Dois homens deviam a certo credor. 
Um lhe devia R$ 10.833,00 e o outro, R$ 1.083,00.
Nenhum dos dois tinha como lhe pagar, por isso perdoou a dívida a ambos.
Qual deles o amará mais?"


Viver no comércio me faz ficar atento a alguns tipos de notícias que talvez não chamem tanto a atenção da maioria dos meus amigos. Uma delas é a tal da taxa de inadimplência no mercado aumentando. Agradeço a Deus por trabalhar já a uns bons dezesseis anos e sofrer pouquíssimo com maus pagadores. Os casos não enchem uma mão, mas mesmo assim são muito desagradáveis e o comércio luta para se precaver de pessoas mal intencionadas e outros que se enrolam na administração do seu dinheiro. São cuidados.

  O endividamento é uma realidade do nosso tempo também. Dívidas impagáveis são tratadas, dependendo de cada país, de uma maneira específica. Há países, incluindo o Brasil, que a pessoa endividada possui até cinco anos para pagar seu débito, porque após esses cinco anos a dívida “caduca”, prescreve e ele volta a ter seu nome limpo na “praça”. 

Países com princípios bíblicos mais próximos não possuem esse tipo de lei. EUA, Inglaterra, por exemplo, não “caducam” as dívidas das pessoas. A influência bíblica é evidente porque diante de Deus, que estipula as regras e põe as cartas na mesa, aquele que está endividado com Ele, não tem o nome “limpo” depois de um determinado tempo. Ele declara não somente seus padrões maravilhosos, mas também expõe a incapacidade do homem em alcança-los, isto é, o homem tem uma dívida impagável e não possui condições e interesse para saná-la.

O Senhor olha dos céus para os filhos dos homens, para ver se há alguém que tenha entendimento, alguém que busque a Deus.
  Todos se desviaram, igualmente se corromperam; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer.
Sl 14. 2-3

Não há compreensão certa e nem tal disposição para a santidade no ser humano. A dívida com Deus é tão alta e impagável para o homem que só o próprio Deus para pagá-la. Isso é o cristianismo! É a única religião em que Deus toma a iniciativa no religare. Em todas as outras religiões, as pessoas estão à sua própria sorte, implorando por encontrarem seus deuses num bom dia de humor ou que elas mesmas construam bem seu caminho e acertem o alvo e que fique claro: nunca vão acertar.
 
 Aquilo que Deus diz a respeito de nós é o que realmente importa e principalmente o que Ele fez, pagando a dívida que tínhamos com Ele. Diante de Deus, da dívida só Jesus é o pagamento. Não há cinco, dez, eternidade que seja capaz de apagar essa nossa dívida e por isso o que eu e você precisamos é crer e tomar o crédito de sua vida santa, toda no padrão divino, sua morte pagando as nossa dívidas, ressurreição vitoriosa e promessa de retorno para vivermos de uma vez por todas com ele e sem pecado. 

A alegria em ter crédito na “praça” novamente é maravilhosa, creia. Já acompanhei casos de gente próxima que ficaram extremamente alegres quando voltaram a abrir contas em bancos, podiam ter um cartão de crédito, podiam comprar sem passar constrangimento porque já não havia mais dívida. Há muita alegria por ter uma dívida impagável quitada.

A gratidão do cristão, ao meu ver está totalmente ligada à compreensão que ele tem sobre qual era sua dívida. Para aqueles que compreendem como o abismo é intransponível e não há maneiras de quitar os débitos com seus próprios esforços, há muita gratidão. Há gratidão por todo tempo, todo momento simples, tudo é vivido como reflexo desta graça recebida. Já para o camarada frio, petulante que pensa estar sempre por cima da situação, creio que ele está longe de compreender a graça. Ele deve ter duas certezas muito fortes no coração: pensa ser capaz de pagar a dívida ou pensa que a dívida é pequena, e em ambas as situações ele errou.

Dá pra medir a compreensão que você tem da sua divida pelo quanto você é grato, pelo quanto você exterioriza seu amor a Deus.

E aí? Muito perdoado ou pouco perdoado?

26 de mar. de 2012

Harmonia da diversidade - Vídeo

Um emocionante relato sobre a ação do evangelho na vida de um homem criado num contexto altamente racista e os reflexos da transformação maravilhosa que traz o entendimento, amor, mudança de padrões e paixão pela diversidade; 

Como fico feliz em ter um sentimento muito parecido com o do Pr. Piper; não somente pelo que já vivi, mas principalmente pelo que vivo em minha igreja, meus amigos, minha família. 

Agradeço a Deus todos os dias ter mudado meu coração e me fazer lutar e proclamar pela harmonia da diversidade agradável aos seus olhos! Sim, é agradável a Deus a diversidade e tudo o que lute ou caminhe contra isso está errado. 

Feliz quem já foi transformado e vive o impacto dessa verdade. Somos imagem de Deus e isso é apenas o primeiro passo para mudarmos a maneira de ver o nosso próximo.

Que Deus toque  seu coração como, mais uma vez, chacoalhou o meu. 
#chorei



22 de mar. de 2012

Música - Livre sou

Pra Despensa vem também música!

Aqui uma música que me fez chorar e também à Adele nesses dias...

"Na minha angústia clamei ao Senhor e ele ouviu a minha voz..."

Enjoy:


21 de mar. de 2012

Sobre amigos...


Eu e alguns de meus muitos amigos
Uma das coisas mais difíceis e que machucam a vida do ser humano é o abandono, a expectativa frustrada, a falta de quem jamais imaginamos ou esperamos; é dor que marca demais e em muitas oportunidades fere para toda vida. Alguns sofrem mais, outros menos, mas o fato é: quem nunca vivenciou algo desse tipo?

Pois vejam que palavras fortes o discípulo Pedro disse quando Jesus informou a todos os discípulos que inevitavelmente o abandonariam quando ele mais precisaria: 

Mc 14:29 Pedro declarou: "Ainda que todos te abandonem, eu não te abandonarei! "

Pedro era impulso, paixão em pessoa e não perdeu a oportunidade de cravar diante do seu Mestre um empenho fiel superior ao de que qualquer outro discípulo.

A história é conhecida. Jesus está sendo interrogado pelos líderes religiosos na calada da noite, Pedro está à distancia, acompanhando escondido e ao ser confrontado por pessoas que o reconheceram como discípulo de Jesus, negou veementemente três vezes. O galo cantou e bateu o grande desespero. Ele fora avisado mas não evitou. Pedro fugiu e Jesus estava só.

Jesus enfrenta então a zombaria, chutes, mentiras, humilhação publica, acusações injustas, crucificação. Não há amigos, discípulos e alguns apenas o acompanham a distância.

Jesus morre, após três dias ressurge e aparece então a quem? Aos seus amigos! Ele busca conversa inclusive particular com Pedro o tratando e preparando para a grande obra que faria dias a frente com o surgimento da igreja forte do Novo Testamento.

Imagine a situação de Pedro: havia dito que não abandonaria, estaria por perto em todo momento, mas falhou e lá vem Jesus! Ele conversa, mostra as marcas da crucificação, anuncia seus planos, trata de como se soubesse quem Pedro é direitinho: falho.

Não só Pedro, mas é pra todos nós gente. Somos falhos! Alguns em uma medida outros em outra, mas falhamos uns com os outros.

Temos então duas situações:

1.       Quando falhamos somos Pedro, queremos compreensão, perdão ou tentamos nos explicar;

Pense agora, não na sua pisada de bola. Imagine-se diante de um grande amigo que falhou com você. Quando você mais precisou, ele não estava lá. O que você faz? Talvez tenha sido sua mãe, seu pai, um irmão. Eles não estavam lá para você.

O que  pulsa no coração? Ódio? Talvez aquilo que é a maior antítese do amor, a indiferença?
Pense no que você espera dos amigos num dia em que você falhar com eles. Quebra da amizade? Creio que não. Lembre-se então de Jesus;

2.       Jesus;

Jesus sofreu com os amigos não só nesse momento mais critico. Horas antes de ser traído (por alguém com quem andou por três anos), Jesus pediu que seus amigos mais chegados orasse por ele. 
Estivessem com ele na hora mais difícil de sua vida e eles dormiram.

Aprenda com Jesus e seus amigos. Os círculos de amizade continuam hoje e sempre existirão, assim como as pisadas, as falhas. Parabéns se você tem amigos que erram com você! 
Você tem um círculo de amizades totalmente normal!!! rs.

O que é preciso mesmo é de gente como Jesus, com sua atitude. 

E ai? Que você está esperando pra perdoar e retomar a amizade com um amigo de verdade?
Invista nisso!

15 de mar. de 2012

Para minha Lídia - Sobre pais, filhos e alianças...


Sobre pais, filhos e alianças

“Quando vocês orarem, orem assim: ‘Pai...” Mt 6.9a

Momentos mágicos eu e minha esposa vivemos neste último domingo (11.03.12). Ver a filha nascer é coisa pra eternizar no coração de um pai; o choro, o serzinho tão pequeno e tão necessitado de mim, da mamãe, mágico!

Quando tomei minha filha nos braços inevitavelmente lembrei de alguns textos bíblicos a respeito da aliança de Deus com seus filhos, do seu cuidado, do pacto!

Eu e minha filha, neste momento com alguns dias de vida, estamos numa condição de contrato de responsabilidade em que não existe uma condição bilateral em que ambos tem responsabilidade igual; que havendo falha de uma das partes a outra ganha o direto de rompimento. Não, no universo pais e filhos não é e não deveria ser assim.  

Amigo, aqui é a maior expressão da necessidade de uma das partes agir para benefício do outro completamente incapaz de cuidar, ainda que de si mesmo. Essa é a condição de um pai com um filho. Eles entram em uma aliança, em um pacto não de comum acordo marcado num papel, mas os pais agem como que dando um primeiro passo para beneficiar o mais fragilizado.

Aqui estou dizendo a minha filha: vou cuidar de você, vou te dar um lugar para dormir, roupinhas (ainda que repassadas dos irmãos, que são benção, rs), lutar pela tua saúde, pela tua educação, alimentação etc. O que minha filha me oferece? Vejam ela só vai tomar meu tempo, minhas forças, meu desejo de me satisfazer é pisado para que eu a beneficie ao máximo. Sim, seu sorriso vai pagar meu salário, meu suor, receber seu beijo, seu abraço, sua dependência, sua gratidão, sua identificação, serão como que água no deserto, mas racionalmente esse não é o tipo de contrato que se toma. É muito risco. É muito ação e responsabilidade de um lado só.

Fico impressionado e emocionado ao ver que a aliança de Deus comigo ocorre nas mesmas bases. Sim, da mesma maneira que enxergo a fragilidade da minha filha e o quanto ela precisa de mim para cuidá-la nas suas necessidade mais básicas, assim Deus também me vê e age em minha direção com todo o cuidado, tratando o meu choro, minha fome, o frio que sinto, a necessidade de descanso, proteção, direção.

Não se lembra?

Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas? 27 Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida? 28 "Por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem. 29 Contudo, eu lhes digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles. 30 Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé? 31 Portanto, não se preocupem, dizendo: ‘Que vamos comer? ’ ou ‘que vamos beber? ’ ou ‘que vamos vestir? ’ 32 Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas. 33 Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas.
Mt 6.26-32


Deus, o que eu te acrescentaria? Deus o que há de diferente que eu possa te ensinar, te melhorar?  Reflito e vejo meu papel tão semelhante quanto o de minha filha em meus braços então, dependo...

Descanso...
Sou grato...
Filho, eu sou teu filho...


Para minha filha, Lídia;
Papai Samir Mesquita;

“Tenho uma aliança com você filha.”